Por Luan Makini, professor de história da Rede Estadual da Bahia e militante do PCB/BA.

O Estado da Bahia está se preparando para voltar as aulas, e o governador está fazendo de tudo para ser o mais rápido possível. Talvez julho, mais tardar agosto. 

A pergunta é: estamos preparados para voltar?

Se não estávamos preparados para a volta do comércio, imagina para a escola. Como as salas de aulas com 30 a 40 alunos em espaços pequenos e pouco ventilados, com alunas e alunos amontoados, sendo maioria criança e adolescente que sentem a necessidade de conversarem e brincarem entre si, como o professor/a conseguirá conter a aglomeração?

O Estado vai readequar as salas de aulas e diminuir as turmas? Como, se a maioria das escolas já não tem salas disponíveis para servirem para novas turmas?!

Vai instalar pias sanitárias com sabão líquido na parte externa e interna (nós pátios), vai dispor de álcool em gel, vai ter medidor de temperatura e desinfecção para todas as escolas do Estado, zona urbana e rural?

Como vão fazer com os alunos e alunas que moram longe e dependem do transporte escolar, qual vai ser as medidas de proteção dentro dos ônibus? O setor que já é terceirizado vai contratar um fiscal? E como ele irá conter a aglomeração? Vai ter mais ônibus com um limite mínimo?

Os professores que têm problemas crônicos como diabetes, hipertensão, doenças cardiológicas e etc. Esses vão ter que se afastar da escola por tempo indeterminado. O Estado já fez novas seleções para substitutos? Já convocou o restante do pessoal que passou no concurso?

São muitas perguntas e nenhuma resposta plausível. Escolas e universidades deveriam ser as últimas a voltarem, e só deveriam voltar quando a pandemia tivesse ao menos controlada ou estivéssemos com uma vacina, sem isso, vão expor professores, alunos e seus entes a doença, e consequentemente muitos a morte.